O Capital e o Processo de Massificação dos Povos

Criar um Site Grátis Fantástico
O Capital e o Processo de Massificação dos Povos

O PROCESSO DE MASSIFICAÇÃO DO MUNDO MODERNO

 

 

  1. 1.      – A MECANICA DE MASSIFICAÇÃO E DA

        MANIPULAÇÃO DA MASSA

 

                       A maneira mais usual de se massificar uma estrutura é retirar o homem do seu ambiente, desfazendo suas origens e costumes, tendo com isso uma ruptura brusca em sua estrutura.

 

                        Ao inserir o homem em um novo ambiente, as diversidades culturais entre eles tendem a se igualar. Além do efeito destrutivo da ruptura ds origens e costumes, o homem se perde no meio da multidão, dificultando o reagrupamento cultural.

 

                       Igualando as partes resultantes desse processo, que geralmente acontece com o esmagamento e pela triagem, que reduz os agrupamentos em parcelas pequenas, eles devem estar presentes em um mesmo local, dispersando suas origens e costumes pelo povo.

 

                        O resultado desse processo é susceptível a manipulação.

                       

                       O homem passa a ser alvo de um bombardeio de novas informações e costumes. Deixa ele de ter vida própria e conexão com as raízes, podendo assim ser moldado, com maior ou menor aceitação, segundo o tipo que trata a manipulação.

 

  1. 2.     – A MANIPULAÇÃO DA MASSA

 

 

                            A manipulação da massa ocorre de forma natural ou por alguma intervenção externa. As causas naturais ou internas advém do próprio corpo massificado, por agentes patológicos ou velhice, resultando em diminuição da população. As causas exteriores são geralmente irracionais, sendo utilizado por homens que intencionalmente focam um resultado para obter sucesso em suas filosofias.

 

                            O mais freqüente é que ocorram as duas formas, simultaneamente, convergindo para construir um mesmo resultado. A manipulação pode ser posterior a massificação, ou simultaneamente a ela.

 

 

 

  1. 3.     – CIRCUNSTÂNCIAS HISTÓRICAS QUE

   GERARAM A DESTRUIÇÃO DAS

   VELHAS ESTRUTURAS SOCIAIS

 

 

                            No sec. 18, com as idéias de individualismo e racionalismo, houve incontestável convergência histórica sobre atos econômicos e sociais. As conseqüências foram enormes.

 

                  

 

 

 

                            Sabemos que o resultado súbito da revolução francesa foi a ruptura com as antigas estruturas da sociedade. TOCQUELILLE diz que a revolução foi tudo, menos um acontecimento fortuito. É certo também que ela pegou o mundo de surpresa, meio inesperado. Não foi fruto de um trabalho longo e teve resultado imediato e violento, derrubando o antigo conceito de sociedade.

 

                                      Não houve uma mudança gradativa, derrubando peça por peça, houve uma ruptura repentina, de maneira traumática, sem transição e sem precauções.

 

                                      Os grêmios, quando foram abolidos em 1793, haviam caído em descrédito. TOQUEVILLE falou que é injusto colocar a culpa na idade média, como a grande responsável pelos males das corporações industriais. Os grêmios tinham, pelo menos no inicio, a intenção de agrupar membros de uma mesma profissão e estabelecer a cada um governo livre, com a missão de socorrer o trabalhador e também de conte-los.

 

                                      Na renascença surgiram as primeiras noções de direito de trabalhar, com status de privilegio. Nessa época, as corporações se converteram em uma aristocracia fechada e começaram a estabelecer monopólios prejudiciais ao progresso das pessoas, causando descontentamento com a igreja.

 

                                      A relação entre patrões e empregados estava abalada, tornando-as incertas e muitas vezes forçadas. TOQUEVILLE afirmou que a revolução política precedeu a revolução administrativa. Uma nova legislação foi posta em vigência, mudando radicalmente as ordens dos negócios.

 

 

                                      Neste ponto da história começamos a mudar o conceito de Estado. Com uma idéia de ajuda mutua, entre individuo e Estado, houve a centralização do poder, que passou a organizar políticas, defesas, estruturas e outras questões de interesse coletivo. As pequenas parcelas de poder que haviam naquela época foram absorvidas pelo poder central.

 

                                      Com o fortalecimento da economia, a mudança drástica no modo de vida até então conhecido, houve a divisão das atuais classes sociais, patrão e trabalhador. Antigas estruturas como classes, profissões, famílias foram dispersadas. As greves surgiram nesse momento histórico.

 

 

 

 

  1. 4.     – O PROCESSO DE MASSIFICAÇÃO DO SEC. 19

   A FORMAÇÃO DAS GRANDES CIDADES,

   A INDUSTRIA E A PAIXÃO PELA RIQUEZA

 

 

                                      O sec. 19 foi marcado pelo novo fenômeno: a formação das cidades industriais. Essa formação esta ligada há 3 elementos básicos:

 

- A supressão das corporações.

- A criação de um estado de insegurança na classe trabalhadora.

- A liberdade para o trabalho, venda de produtos, a expansão colonial do comercio, para abastecer de matérias primas as novas industrias e a criação de novos mercados para absorver o excesso da produtividade.

 

 

                                      Esses foram os fatores mais importantes que estimularam os grandes deslocamentos de massas. Saíram do campo rumo as cidades, onde ilusoriamente, criou-se a imagem de melhoria de vida.

 

                                      Os efeitos foram desde o crescimento da população global, devido a concentração de pessoas em um determinado local, como também doenças, pestes, fome entre tantos efeitos negativos e que muitos perduram até hoje. O grande crescimento demográfico ficou sem controle e o homem perde aqui a própria personalidade em troca de uma personalidade coletiva.

 

                                      A revolução francesa trouxe a tona conceitos de individualismo e concessão de direitos e liberdades aos cidadãos. Nesta época, porém, havia sido negado o direito de associação.

 

                                      O resultado disso tudo? Grande migração para as cidades industriais, que tinham grandes deficiências de estrutura social, criando um poço de distancia entre as classes patrão e empregado, gerando desconfianças mutuas, destruindo o espírito de cooperação social.

 

                                      No auge do liberalismo, com a industria a todo vapor, surge a figura do capitalismo, movido principalmente pelo egoísmo e individualismo. O dinheiro passou então a ser o fator diferenciador entre os homens. Com isso, as antigas classes, como famílias, comunidades, passaram a disputar entre si, o que detinham mais dinheiro.

 

                                     

 

 

  1. 5.     – A INFLUÊNCIA DO CAPITALISMO

 

 

PENSAR EM DINHEIRO

 

                                 Vimos que o homem deixou seus organismos naturais de vivencia em sociedade, de ajuda mútua entre eles, para entrar em uma era de individualismo egoísta, com intenção clara de enriquecer, centrando toda a sua vida a este fim.

 

                                 O capitalismo inverteu completamente os valores que haviam dentro do regime tradicional de propriedade. O binômio HOMEM X TERRA, que era descrito pelos romanos como aquele que exerce, manda, domina – ou seja, uma relação espiritual, sendo que a terra sustentava aquele que a detinha. O valor imaterial dessa relação não pode ter um preço ficado em dinheiro. SPENGLER.

 

CHESTERTON: “percebo que a palavra propriedade tem sido contaminada em nosso tempo, com a corrupção dos grandes capitalistas.

 

                                 A base do pensamento capitalista é NÃO QUERER SÓ A PROPRIA TERRA, MAS AS DOS OUTROS TAMBÉM. Paulatinamente o capitalismo, em conexão com a massificação das massas, passou a impor uma maneira especial de pensar em dinheiro. Ela transformou o valor da posse da terra em um titulo, representando um status, poder e não necessariamente a razão do gozo na produção.

 

 

 

 

                                 Rapidamente a classe dos banqueiros ficou fortalecida, e transformou a propriedade, a terra, em crédito, dinheiro. Transformou a produção de subsistência regional para uma produção em massa, surgindo nítida necessidade por dinheiro vindo da classe menos abastada, que acabou entrando no sistema recém implantado, sem ao menos perceber isso.

 

                                 A troca de mercadorias, ou escambo, que já estava confinada a poucos praticantes, acabou praticamente desaparecendo. A classe da nobreza foi se desfazendo gradativamente, permanecendo aqueles que obtiveram lucros com o novo sistema ou aqueles que por nome apreciado, foram indicados a cargos do governo e estrutura do Estado.

 

 

A PRODUÇÃO EM SÉRIE, A MASSA CONSUMIDORA, A PROPAGANDA MASSIVA E A SOCIEDADE DE CONSUMO

 

 

                                 Com o capitalismo veio a produção em série. O surgimento de grandes fabricas, crescente Mao de obra, com a profissionalização da produção artesanal, criou-se o produto.

 

                                 O consumo nas grandes cidades industriais era crescente, e do excesso de produção, o capitalismo passou a fomentar não só o mercado interno, mas o externo também, criando a massa consumidora.

 

                                

 

 

 

                                 A conseqüência lógica disso foi que o capitalismo tornou-se sinônimo de consumismo. As fabricas e o setor do comercio passou a manifestar informações sobre os produtos, principalmente os novos, com intuito de informar o consumidor sobre a existência e especialidade de um produto.

 

                                 Assim nasceu a era da propaganda comercial de produtos, completando o circulo vicioso.

 

 

  1. 6.     – SOCIALISMO X CAPITALISMO

 

 

                                      Tradicionalmente costumamos contrapor os dois institutos. Tal pratica é repudiada, visto que os dois institutos tem muito em comum. Por exemplo, quando falamos de propriedade privada, enxergamos primeiramente o capitalismo, mas o socialismo pode conviver perfeitamente com os conceitos de propriedade privada ou coletiva, sem mexer em sua essência.

 

                                      Alguns defendem que o socialismo moderno é um supercapitalismo, ou seja, concentração do poder nas mãos do Estado, formando um superEstado. CANETTI diz que o socialismo e o capitalismo são formas gêmeas, idênticas na crença de competição, tanto um como o outro buscam a produção. SPENGLER fala que os dois brotaram da mesma raiz espiritual, pensar em dinheiro.

 

 

 

 

 

                                      Naturalmente, o homem vem ao longo dos séculos, tentando dominar o seu semelhante, explorá-lo ao máximo em proveito próprio. O capitalismo obedece esse padrão de comportamento, mas o socialismo, diferente do que possa se pensar, não fica distante, sendo um grande exemplo a Alemanha de Hitler ou a Rússia Marxista.

 

 

  1. 7.     – O EFEITO DAS REVOLUÇÕES TRIUNFANTES

 

 

                                      Desde a revolução francesa, outras revoluções foram acontecendo, independente da abrangência que teve. AUGUSTO BEBEL dizia para manter abertas as feridas do proletariado, para que este não possa resistir mais e levantar-se depois.

 

                                      Uma revolução rompe com a ordem das coisas, destruindo elites, instituições, destroçando a vida social, política, cultural e econômica. Quando há revolução e esta rompe com a antiga ordem, certamente a oposição ira se formar após a nova ordem instaurada. Essa oposição será formada pelos antigos detentores do poder e por outros que não adequarem ao sistema novo. Certamente serão perseguidos, deportados e exilados.

 

  1. 8.     – A OPINIÃO PUBLICA,

A MANIPULAÇÃO ATRAVÉS DA

PROPAGANDA POLÍTICA

 

 

                                      A técnica anteriormente apresentada, de propaganda voltada para instruir o consumidor, passou rapidamente a ser usada pela política, fazendo vez de arma poderosa, influenciando a opinião publica.

 

                                      JACQUES ELLUL, diz que nesse diapasão, não há diferença entre o regime democrático e o ditatorial. O constante bombardeio de imagens, slogans, frases prontas com palavras chaves como pobre, proletariado, trabalho, colaboração, democracia, liberdade, vai criando uma lógica, uma coerência na mente do povo, que cada vez mais fica incapaz de alcançar o mundo material por si mesmo.

 

                                      Trata-se da criação de um universo mental, reduzido por imagens e frases marcantes, capaz de desabilitar antigas crenças, dominando assim os homens a quem são dirigidos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. 9.     – O DESENVOLVIMENTO DO PODER

   DO ESTADO COMO FORÇA MASSIFICADORA

 

 

 

                                      Com as ditas revoluções e mudança drástica na ordem social, surge uma figura até então desprovida de poder real, o Estado. Com a chegada do capitalismo e a massificação das massas, antigos povos se reuniram sob um poder central, que lhes oferecia, pelo menos aparentemente, infra-estrutura de sobrevivência, alimentos, segurança, serviços.

 

                                      A centralização desse poder criou um ente poderoso, no qual detinha o poder político, econômico, cultural, conduzindo a sociedade pela direção que melhor adequasse as suas pretensões. Com o crescimento do capitalismo o Estado foi ganhando mais força e autonomia, regulando praticamente todos os assuntos da sociedade.

 

                                      Essa concentração de poder foi usada inúmeras vezes para persuadir populações, a ir para guerra, ou adotar determinada conduta. O poder do Estado, desde os tempos iniciais do capitalismo, até os dias atuais, cresceu, tornando-se um ente poderoso e perigoso também.

 

FATOS QUE CONTRIBUIRAM PARA ESSE FENÔMENO

 

  1. O desaparecimento das camadas intermediárias com seus respectivos poderes, submetendo-se totalmente ao poder do Estado.
  2. Criação da ideologia democrática, que acabou criando uma ilusão de voto, de representação popular, que diante dessa nova era, acalmou os ânimos de grupos, visto que era permitido, através de eleições chegar ao poder.
  3. Tendência ao totalitarismo. Mesmo em um regime democrático, quando o Estado começa a se fortalecer, este, puxa para si, algumas das instituições e direitos. O estado totalitário acaba por organizar e administrar as principais forças da nação como a política, serviços públicos, justiça, policia. Com o crescimento dessas responsabilidades, o Estado torna-se total. Não podemos confundir estado totalitário com ditadura, que é uma forma de governo.
  4. Desenvolvimento de tecnologia e comunicações e propaganda.

 

Fim.